terça-feira, 29 de setembro de 2009

A infância, uns dos momentos mais felizes de nossas vidas, jogada fora, na sarjeta.



De janeiro a agosto do ano passado, foram registradas na Delegacia de Combate à Exploração de Crianças 1.408 ocorrências. Neste ano, em igual período, os registros já somam 1.645 e na maioria dos casos envolvem espancamento e abuso sexual contra as crianças e os adolescentes, dos quais as mais comuns são violência física, abuso sexual e negligência familiar. De 2008 para 2009, o aumento de boletins de ocorrência chega a 16,83%. A estatística, embora não seja animadora, revela um fato positivo: a sociedade avança no que se refere à conscientização da necessidade de denunciar crimes que envolvem o desrespeito à infância.As estatísticas sobem inversamente proporcional à participação do poder público em políticas de assistência à infância e à juventude. Em atendimentos feitos com as vítimas dessa violência fica claro que muitos temem revelar o nome do autor, não tem coragem de dizer que foi o pai, a tia ou outra pessoa da família com medo de ser colocada para fora de casa, e na rua, ela vai aprender a roubar, usar droga ou ser submetida à exploração sexual.

O trabalho Infantil e a Exploração infantil

“Trabalho infantil gera lucro pra quem explora, pobreza pra quem é explorado, faz parte da cultura econômica brasileira e está diretamente ligado ao trabalho escravo.”

A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de trabalho para menores de 14 anos.
A questão do trabalho infantil no Brasil ainda é dramática: mais de 1,2 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 13 anos ainda são vítimas de exploração, segundo levantamento da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) divulgado pelo IBGE.
Dos 7 milhões de adolescentes brasileiros, 18% estavam trabalhando, sendo cerca de 40% deles em atividades agrícolas e/ou sem remuneração. E 34,5% deles trabalhavam de 15 a 24 horas na semana. A maioria era de jovens negros ou pardos (60,9%), do sexo masculino (67,7%) e que vinham de famílias que ganhavam em média cerca de R$ 275 per capita por mês, Mais da metade das crianças de 5 a 13 anos moram em áreas rurais do Norte-Nordeste formaram o perfil médio do trabalhador mirim.
E Há pelo menos 500 mil crianças no Brasil sendo exploradas sexualmente, muitas pelo dinheiro deixando se seduzir, outras pela pobreza. De acordo com a
UNICEF e Secretaria Nacional de Direitos Humanos, a exploração sexual de crianças e adolescentes atingem 927 municípios do Brasil.

LIXÕES

Cerca de 50 a 100 mil crianças vivem em lixões, segundo cálculos do coordenador de Meio Ambiente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Jorge Zimmermann.
No lixão, as crianças brincam e deixam fluir sua infância com uma naturalidade que entristece. Talvez seja tão natural para elas a presença das montanhas de lixo, dos urubus e suas vidas serem vividas ali, quanto é para nós deixar cair uma garrafa PET no lixo comum. Brincam com o lixo. Fazem de pedaços de madeira suas espadas, de espumas de colchões velhos seus escudos, e as crianças deslizam sem pudores pela sua grande caixa de brinquedos, repleta de coisas que ninguém quis mais.



(clique na imagem para observar melhor os dados)

Pedofilia


(clique na imagem para observar melhor os dados)

Seja qual for o número de abusos sexuais em crianças que se vê nas estatísticas, seja quantos milhares forem, devemos ter em mente que, de fato, esse número pode ser bem maior. A maioria desses casos não é reportada, tendo em vista que as crianças têm medo de dizer a alguém o que se passou com elas. E o dano emocional e psicológico, em longo prazo, decorrente dessas experiências pode ser devastador.O abuso pode ser feito sem o consentimento da criança e pode também com o consentimento, não querendo dizer que a criança gosta de ser abusada – por ser inocente pode ser induzida, enganada pelo agressor – o que não tira a responsabilidade do mesmo esta a permissão dada pela criança. Nesses casos – existem contatos físicos entre o agressor e a vítima. Existem casos em que a criança sofre a agressão não física e sim visual, sendo exposta via fotografia, filme – sendo exibidas nuas – ou tendo relação sexual com o único propósito de vender as imagens ou filmes. È a chamada pornografia infantil. Comercio trágico, indecente e claro – destruidor da infância.

Jovens de rua que usam drogas sabem dos riscos

Cerca de 50% das crianças e adolescentes que vivem nas ruas possuem a consciência de que estão agindo de maneira errada ao consumir drogas, mas menos de 1% afirmou já ter procurado ajuda para largar o vício. Apesar de estarem praticamente todos os dias nas ruas, vendendo balas, limpando carros e na maioria das vezes envolvidos com drogas, esses jovens não procuram o sistema de saúde.
O Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente registrou um aumento de 240% nos casos de menores que consomem drogas .
Os casos registrados pelo Conselho devem representar entre 10% e 20% do número real de crianças e adolescentes que consomem droga na cidade.
O levantamento não representa a realidade pois são considerados somente os casos denunciados ao Conselho pela comunidade ou pelos pais do menor.
Segundo o levantamento, a maioria dos menores tem idade entre 12 e 16 anos, mas já foi registrado casos de crianças de 8 anos consumindo crack.
Cerca de 60% dos adolescentes e crianças atendidos pelo Conselho são da classe média, o que demonstra que a maioria dos casos existentes entre famílias de baixo poder aquisitivo não chega ao conhecimento dos conselheiros.
A droga mais consumida é o crack, representando 70% dos casos. Os outros 30% referem-se a consumo de maconha, cocaína e bebida alcoólica.
Segundo os dados registrados pelo conselho, as bebidas alcoólicas são consumidas principalmente por meninas.






Centro de Defesa da Criança e do Adolescente
http://www.cedeca.org.br/


Dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.